Mohammed Ben Sulayem, presidente da Federação Internacional de Automobilismo (FIA), declarou ser contra o pacote de mudanças defendido por Stefano Domenicali, CEO da Fórmula 1, que prevê aumento do número de corridas curtas, redução da duração dos Grandes Prêmios e adoção de grids invertidos.
Em entrevista ao canal Viaplay, concedida na terça-feira, 23 de setembro de 2025, o dirigente reconheceu o potencial comercial das ideias, mas afirmou que há limites claros.
Preocupação com sobrecarga de pessoal
“Stefano é um grande amigo; falamos cinco vezes por semana, então conheço bem os argumentos dele. Contudo, nossos funcionários já viajam muito e mais eventos ampliariam o desgaste”, afirmou Ben Sulayem. Ele acrescentou que o impacto sobre as equipes também precisa ser levado em conta antes de qualquer decisão.
Equilíbrio entre esporte e negócio
Para o presidente da FIA, a categoria deve conciliar interesses comerciais e esportivos. “Quando ambos caminham juntos, temos base sólida; caso contrário, surgem problemas inevitáveis”, disse. Ele também reagiu à possibilidade de a Liberty Media retirar etapas tradicionais como Imola, Zandvoort e Barcelona do calendário. Na visão do dirigente, a Europa continua essencial para o esporte, embora reconheça que a África “merece uma corrida” caso a viabilidade financeira seja comprovada.
Entrada da Cadillac em 2026
Ben Sulayem classificou a confirmação da Cadillac como nova equipe a partir de 2026 como “vitória” após dois anos de negociações. “No início, parecia que eu havia cometido um crime. Hoje posso sorrir. Ampliar o número de equipes é mais importante que aumentar o número de corridas”, declarou.
Domínio de Verstappen
Comentando as críticas à sequência de vitórias de Max Verstappen em Monza e Baku, o presidente da FIA afirmou ter recebido pedidos para limitar o piloto. “Como punir o sucesso? Isso seria injusto. É melhor que os outros melhorem”, respondeu.
Disputa pela reeleição
Aos 63 anos, Ben Sulayem tentará novo mandato em dezembro, enfrentando dois adversários. Apesar de frequentes vaias nos autódromos, ele minimizou as manifestações. “Já viu árbitro ser aplaudido? Sem direção de prova e comissários, haveria caos absoluto”, concluiu.
Com informações de Autoracing



