Engenheiros e equipes da Fórmula 1 observam que o Sistema de Redução de Arrasto (DRS), criado para facilitar ultrapassagens, vem perdendo utilidade conforme os carros se tornam mais eficientes. O cenário tem resultado em corridas com menos manobras e maior dificuldade para atacar o rival à frente.
O Grande Prêmio do Azerbaijão, disputado em Baku, ilustra a mudança. Mesmo com a reta de 2,2 km, foram registradas apenas 24 ultrapassagens nas 51 voltas, das quais sete ocorreram logo após a relargada. Depois desse ponto, até equipes com ritmo superior, como McLaren e Ferrari, encontraram barreiras para ganhar posições.
A adoção do efeito-solo em 2022 inicialmente aumentou as disputas roda a roda. Entretanto, segundo Andrew Shovlin, diretor de engenharia de pista da Mercedes, a evolução técnica reduziu o vácuo gerado pelo carro líder, dificultando a aproximação de quem vem atrás. “Os carros ficaram tão eficientes que o ar turbulento diminuiu; o efeito de sucção hoje é bem menor”, explicou.
Com o assoalho produzindo a maior parte do downforce, as asas traseiras foram encolhidas para diminuir o arrasto. Essa configuração deixa o DRS com margem de atuação menor. Shovlin citou Monza como exemplo, afirmando que ali a abertura do sistema quase não provocou diferença de velocidade, pois a asa já oferece pouca resistência mesmo fechada.
A tendência indica que o dispositivo terá função cada vez menos decisiva até a introdução do novo regulamento técnico, programado para 2026, quando o uso do DRS deixará de fazer parte das regras da categoria.
Com informações de F1Mania



