Quatro vezes campeão da NASCAR Cup Series e vencedor de três edições das 500 Milhas de Daytona, Jeff Gordon abriu o baú de memórias para a seção “Best/Worst” da nova edição da revista RACER, publicada em 30 de setembro de 2025. O norte-americano de 54 anos abordou as escolhas mais acertadas — e também as que ainda trazem certo arrependimento — ao longo de três décadas de competições.
Melhor decisão da carreira
Gordon apontou a mudança para a Hendrick Motorsports como o grande divisor de águas. À época disputando a então Busch Grand National Series pela Bill Davis Racing e com apoio da Ford, o piloto vislumbrou recursos superiores e a liderança de Rick Hendrick como fatores decisivos para migrar de equipe e subir à divisão principal.
Pior decisão da carreira
O tetracampeão admite que comunicou mal sua saída da Bill Davis. Depois de uma reunião em Chicago para buscar patrocínio com a Target, ele revelou no elevador que não seguiria com a equipe ao subir de categoria — momento que classifica como “pessimo” por ter deixado o ex-chefe sem tempo para reagir.
Corrida inesquecível
Entre várias provas marcantes, Gordon destacou a primeira edição da Brickyard 400, em 1994. A vitória em Indianápolis foi apenas a segunda dele na Cup, mas, segundo o piloto, mudou o rumo da própria carreira e da presença da NASCAR no icônico circuito.
Maiores decepções
O ex-piloto lembrou três derrotas dolorosas. Em Pocono-1995, perdeu a liderança após errar a troca de marchas a sete voltas da bandeirada. No mesmo autódromo, em 2013, foi superado por Kasey Kahne no reinício final. Já em 2014, no Texas, um toque com Brad Keselowski furou seu pneu, provocou rodada, 29º lugar e o tirou da briga pelo título.
Vitória mais significativa
O triunfo número 93, em Martinsville-2015, tem valor sentimental especial. A esposa e os filhos acompanharam de perto a conquista que manteve o piloto na luta pelo campeonato em sua temporada de despedida—ele acabou terceiro na classificação final.
Vitória dos sonhos
Mesmo tendo erguido o troféu da Brickyard 400 por cinco vezes, Gordon confessa que gostaria de ter disputado e vencido as 500 Milhas de Indianápolis, prova que acompanhava quando criança.
Companheiros de equipe
Ken Schrader foi citado como o parceiro mais colaborativo, tanto na pista quanto nos boxes. Do outro lado, Ricky Rudd, companheiro em 1993, não se deu bem com o então novato. Em tom bem-humorado, Gordon ainda “culpou” Jimmie Johnson por reduzir seu ritmo de vitórias e possivelmente lhe tirar mais dois ou três títulos.
Melhores e piores carros
Veículo mais impressionante que já guiou: o Williams-BMW de Fórmula 1 testado em 2003 em Indianápolis. Melhor carro de corrida: o Cadillac DPi-V.R da Wayne Taylor Racing, campeão das 24 Horas de Daytona. Entre os stock cars, prefere os Chevrolet da Hendrick usados em 2014. Já a pior experiência aconteceu com um Super Late Model na Winchester 400 de 1992, repleto de quebras até o abandono em acidente.
Pistas marcantes
Bristol é o traçado preferido para competir, pela combinação de velocidade, inclinação e múltiplas linhas. Fora das corridas, o Nürburgring, onde acelerou um Corvette Z06 em testes da Chevrolet, é o circuito mais desafiador que já percorreu. Gordon também gostaria de ter disputado em Spa-Francorchamps.
Dica para iniciantes
O conselho do veterano é começar cedo, buscar o melhor equipamento que o orçamento permitir e manter o prazer pela pilotagem, pois o caminho profissional pode ser caro e exigente.
A relação de Jeff Gordon com a Hendrick Motorsports completa mais de 30 anos — hoje ele ocupa o cargo de vice-chairman da organização fundada por Rick Hendrick.
Com informações de RACER



