Charlotte (EUA), 4 de outubro de 2025 – A NASCAR entrou com um pedido de julgamento sumário na noite de sexta-feira (3) no Tribunal Distrital dos Estados Unidos, buscando encerrar a ação movida por 23XI Racing e Front Row Motorsports que contesta o sistema de charters da categoria.
Na petição, a entidade afirma que o “ataque frontal” dos autores contra o acordo de charters não deve chegar a julgamento. Segundo o documento, os reclamantes “não podem prevalecer” em nenhuma das alegações feitas com base na Lei Antitruste Sherman.
Seis argumentos principais
A NASCAR elenca seis pontos para justificar o pedido:
1. Prescrição: alega que a maior parte dos fatos questionados ocorreu entre 2016 e 2019, ultrapassando o prazo de quatro anos previsto em lei.
2. Renúncia voluntária: sustenta que as equipes já renunciaram às reivindicações em contratos anteriores, posição validada pela Quarta Vara de Apelações.
3. Danos agregados: aponta que os autores apresentam apenas um valor global, sem separar condutas prescritíveis das que ainda podem ser analisadas.
4. Falta de legitimidade: diz que 23XI e Front Row não pretendem criar série concorrente e não assinaram os contratos de 2025, o que eliminaria eventual prejuízo.
5. Adesão consciente: afirma que a 23XI entrou na Cup Series “de olhos abertos” e aceitou os termos mesmo julgando-os pouco competitivos.
6. Ausência de provas: alega que não há evidências suficientes para sustentar a acusação de restrição de mercado.
Declarações de chefes de equipe
O processo inclui depoimentos de dirigentes e proprietários como Rick Hendrick, Roger Penske, Joe Gibbs, Brad Keselowski, Carl Long, B.J. McLeod, Gordon Smith, Rick Ware, Cal Wells e Jon Wood. Em nota, a NASCAR declarou que esses testemunhos demonstram o apoio “de todo o paddock” ao sistema de charters e classificou a ação judicial como uma tentativa de renegociar um acordo aceito pelas demais equipes.
A liga reiterou compromisso com o restante da temporada – que termina em 2 de novembro – e com o evento deste domingo no circuito Roval de Charlotte Motor Speedway.
Posição de 23XI e Front Row
As equipes já haviam solicitado seu próprio julgamento sumário; a audiência sobre esse pedido está marcada para 21 de outubro. O advogado Jeffrey Kessler, que representa 23XI e Front Row, disse que os depoimentos anexados pela NASCAR corroboram a importância dos charters, mas não justificam “a conduta anticompetitiva” atribuída à entidade. Ele ressaltou que seus clientes desejam um acordo, mas “a NASCAR ainda não demonstrou disposição para uma resolução significativa”.
O julgamento do caso está agendado para 1º de dezembro.
Com informações de RACER



