Tim Mayer anunciou nesta sexta-feira, 17 de outubro de 2025, que não seguirá adiante na eleição para a presidência da Federação Internacional de Automobilismo (FIA). Segundo ele, o formato do pleito impede qualquer candidatura que não seja a do atual presidente, Mohammed Ben Sulayem, que caminha para ser confirmado como único postulante no pleito marcado para dezembro.
O estatuto exige que cada chapa apresente um vice-presidente para esporte de cada região do mundo, escolhido entre os nomes indicados para o Conselho Mundial do Esporte a Motor (WMSC). Este ano, porém, apenas uma pessoa da América do Sul e duas da África se candidataram ao conselho, todas já alinhadas a Ben Sulayem, tornando impossível que um adversário monte a lista completa.
Mayer afirmou que a relação de candidatos ao WMSC encolheu 27% em relação ao último ciclo eleitoral, caindo de 40 para 29 nomes. Ele sustenta que isso demonstra a falta de alternativas reais dentro da federação. “Quando a escolha é substituída pelo controle, a democracia é reduzida”, declarou o dirigente, criticando o que classifica como “ilusão de democracia”.
Na América do Sul, a única postulante é Fabiana Ecclestone. Já na África, as duas vagas são ocupadas por Amina Mohammed, do Quênia, e Rodrigo Rocha, cuja elegibilidade, segundo Mayer, foi baseada em um evento de Esports incluído no calendário internacional mas que, de acordo com ele, nunca ocorreu.
O ex-candidato relatou ainda ter ouvido de diversos clubes filiados que estes temem perder projetos, verbas ou reconhecimento caso questionem o sistema atual. “Muitos querem se manifestar, mas sentem que não podem”, disse.
Apesar da retirada, Mayer promete continuar a campanha por mudanças através do movimento FIA Forward. O prazo final para inscrição de chapas é 24 de outubro; se nenhum concorrente apresentar a lista completa até essa data, Ben Sulayem será declarado eleito sem oposição.
Com informações de RACER
