Felipe Massa afirmou, em depoimento relacionado ao processo que move contra a Fórmula 1, a FIA e Bernie Ecclestone, que recebeu uma carta de reprimenda da Ferrari em 2009 exigindo que parasse de comentar publicamente a suposta participação de Fernando Alonso no escândalo conhecido como “crashgate”.
Segundo o ex-piloto brasileiro, o documento foi enviado em 16 de outubro de 2009 pela GSA, empresa que administra os contratos da equipe italiana, e trazia a assinatura do advogado Henry Peter. Na ocasião, Massa já vinha dizendo à imprensa que acreditava que Alonso, então na Renault, tinha conhecimento de que Nelsinho Piquet provocaria deliberadamente o acidente no GP de Singapura de 2008 — manobra que acabou garantindo a vitória ao espanhol e alterando o rumo do campeonato daquele ano.
O brasileiro relatou que a carta chegou antes mesmo de a Ferrari confirmar oficialmente, para a temporada 2010, a contratação de Alonso. O pedido para reduzir o tom das declarações surgiu em meio a negociações internas e pouco depois de Massa descobrir o acordo, notícia que antecedeu o grave acidente sofrido pelo piloto no GP da Hungria de 2009, quando uma mola atingiu seu capacete e fraturou seu crânio.
Além da reprimenda, a Ferrari preparou um comunicado oficial para que Massa divulgasse à imprensa. “Decidi não usar o texto que eles prepararam. Em vez disso, preferi dizer apenas que era hora de olhar para o futuro”, declarou o ex-piloto, acrescentando que manteve a própria posição e ignorou a orientação da equipe.
O depoimento de Massa integra as investigações sobre responsabilidades no “crashgate”, episódio que continua repercutindo quase duas décadas depois do ocorrido.
Com informações de Autoracing



