A Federação Internacional de Automobilismo (FIA) afirmou que a dúvida levantada pela McLaren após a instalação de um motor novo no carro de Max Verstappen no Grande Prêmio do Brasil não deverá mais ocorrer quando o teto de gastos específico para unidades de potência entrar em vigor em 2026.
Durante a etapa de Interlagos, a Red Bull equipou o holandês com uma unidade de potência zero quilômetro. A mudança, interpretada por rivais como opção puramente de desempenho, levou a McLaren a questionar, nos bastidores, se o gasto deveria ser contabilizado dentro das regras financeiras atuais.
Hoje, o regulamento não impõe limite de despesas para motores. Essa lacuna permite que equipes de fábrica arquem com o custo de uma unidade extra, enquanto as clientes precisam pagar pelo componente adicional. A disparidade motivou a preocupação da McLaren.
Em Las Vegas, Nikolas Tombazis, diretor de monopostos da FIA, admitiu a fragilidade da norma. “Não queremos discutir com as equipes se a troca é por confiabilidade ou estratégia; não temos base técnica para julgar essa zona cinzenta”, declarou o dirigente, reconhecendo que a federação aceita as substituições sem avaliar impacto financeiro.
A partir de 2026, porém, o cenário muda. O novo teto de custos para unidades de potência fará com que cada troca represente um desembolso significativo dentro do limite, explicou Tombazis. “Os fabricantes não acharão conveniente adotar trocas estratégicas, pois cada uma custará o equivalente a um motor. O valor servirá como dissuasor natural.”
Questionado em Vegas, o engenheiro-chefe da Red Bull, Paul Monaghan, defendeu a ação em Interlagos. “Agimos corretamente; outras equipes já fizeram o mesmo”, disse. Sobre eventual impacto financeiro, comentou: “Não sou especialista na área, mas entendo que não haverá penalidade para nós”.
Pelo lado da McLaren, o diretor técnico Neil Houldey argumentou que o problema é estrutural. “Não temos um parceiro que nos forneça motores de graça. As equipes de fábrica podem se beneficiar disso”, afirmou. Segundo ele, essa vantagem deve persistir, embora a introdução do novo limite de custos prometa aliviar parte da pressão financeira no próximo ano.
Com informações de Autoracing



