O ex-piloto Jolyon Palmer vê em George Russell o principal motivo para a pressão que recai sobre Andrea Kimi Antonelli em sua temporada de estreia na Fórmula 1. Durante o episódio desta semana do podcast F1 Nation, gravado nesta terça-feira, 16 de setembro de 2025, o britânico analisou o desempenho do italiano de 18 anos e afirmou que a comparação direta com o companheiro de equipe torna o cenário “quase impossível”.
A campanha que perdeu fôlego
Antonelli começou 2025 com sinais de força: cravou a pole na Sprint de Miami e subiu ao pódio em terceiro lugar no GP do Canadá, em junho. Desde então, somou apenas três pontos e acumula quatro abandonos, número que o coloca entre os pilotos que mais deixaram corridas nesta temporada.
Segundo Palmer, o declínio de resultados não pode ser julgado sem considerar a referência interna. “Para guiar no nível que Russell entrega, ainda mais num carro que está longe do ideal, é tarefa duríssima”, comentou. Até o momento, o novato superou Russell apenas duas vezes em todas as sessões do ano.
O peso do “padrão Verstappen”
No debate, o apresentador Tom Clarkson lembrou que a chegada fulminante de Max Verstappen à categoria criou expectativas irreais para outros adolescentes. Palmer concordou, recordando que Verstappen teve uma temporada e meia de adaptação na Toro Rosso antes de integrar a equipe principal da Red Bull, enquanto Antonelli estreou diretamente ao lado de um piloto “já maduro e superdotado”.
Como comparação, Palmer citou que, se Antonelli dividisse garagem com outro estreante — por exemplo, Isack Hadjar — a percepção pública seria diferente. “Diríamos ‘uau, o garoto de 18 anos está indo muito bem’”, afirmou.
Trajetória abreviada nas bases
O comentarista destacou ainda que Antonelli saltou etapas nas categorias de acesso: brilhou no kart, conquistou títulos na Fórmula Renault e na Fórmula Regional Europeia, mas pulou a Fórmula 3 e fez apenas um ano sólido na Fórmula 2, por uma equipe sem desempenho de ponta. “Houve manobras espetaculares, mas também erros. Agora ele precisa encontrar consistência aos fins de semana”, avaliou.
Contratos na balança
Tanto Antonelli quanto Russell encerram contrato com a Mercedes ao término de 2025. O rendimento do britânico, considerado por Palmer digno de “luta por título” caso o carro fosse mais competitivo, dá vantagem a Russell nas negociações com o chefe Toto Wolff. Recentemente, Nico Rosberg também elogiou a posição de força do número 63.
Com a reta final do campeonato pela frente, Antonelli encara a tarefa de reagir sob risco de ser trocado por um piloto mais constante, segundo rumores de bastidores.
Com informações de Autoracing
