A Ferrari vive um de seus momentos mais delicados dos últimos anos. Fontes da escuderia relatam crescente desconexão entre os engenheiros baseados em Maranello e a equipe que atua nos autódromos, cenário que tem impactado diretamente o desempenho do SF-25.
Resultados abaixo do esperado em Singapura
O Grande Prêmio de Singapura, disputado em 14 de outubro de 2025, era apontado internamente como oportunidade para encerrar a seca de vitórias. As simulações realizadas na fábrica indicavam forte potencial no traçado de Marina Bay, mas a realidade foi diferente: apenas 12 pontos somados, com Charles Leclerc em sexto lugar e Lewis Hamilton em oitavo após penalidade.
Logo depois do primeiro treino livre, os engenheiros perceberam que o desgaste das pranchas de madeira corria risco de provocar desclassificação. A partir daí, soluções emergenciais foram adotadas, sem sucesso. Leclerc criticou publicamente a estratégia ao ser superado pelo estreante da Mercedes, Kimi Antonelli, enquanto Hamilton enfrentou superaquecimento de freios e punições por escapadas na parte final da prova.
Tensões internas
Matteo Togninalli, chefe dos engenheiros de pista, tornou-se o personagem central da divisão. Considerado talentoso, ele se desentendeu com o chefe de equipe, Fred Vasseur, durante o fim de semana em Singapura, iluminando o atrito entre o grupo de pista e o departamento técnico em Maranello.
A temporada registra cinco pódios e nenhuma vitória em 18 GPs completos. Engenheiros admitem dificuldade para extrair o máximo do carro devido a ajustes conflitantes definidos por setores que, segundo relatos, pouco se comunicam.
Pilotos pedem mais voz
Lewis Hamilton, em conversas recentes com a direção, solicitou maior consideração ao feedback dele e de Leclerc nas decisões de desenvolvimento. O britânico argumenta que o comportamento do carro difere significativamente entre simulador e pista, exigindo correções baseadas na experiência real dos pilotos.
Desconfiança em relação à FIA
Há também ressentimento quanto à frequência de inspeções técnicas da FIA. Integrantes da Ferrari afirmam que esse monitoramento intensificado levou a uma postura ultraconservadora nos acertos, por medo de novas penalidades — atitude que, segundo a equipe, restringe avanços de performance.
Com a mudança de regulamento prevista para 2026, a escuderia reconhece a necessidade de solucionar as fragilidades organizacionais para voltar a competir por vitórias e títulos.
Com informações de Autoracing



