A Pirelli manifestou preocupação com a confiabilidade das informações fornecidas pelas equipes de Fórmula 1 para o desenvolvimento dos pneus da temporada 2026. Segundo reportagem da revista alemã Auto Motor und Sport publicada em 14 de outubro de 2025, os engenheiros da fabricante italiana receberam projeções de desempenho tão divergentes que levantaram suspeitas de blefe por parte de algumas escuderias.
Os times enviam estimativas de carga aerodinâmica, aceleração e velocidade máxima extraídas de simuladores, dados necessários para o ajuste dos novos compostos. Entretanto, a amplitude entre os valores informados sugere discrepâncias capazes de indicar carros com desempenhos extremamente distintos, cenário considerado improvável pelos técnicos da Pirelli.
Risco para o desenvolvimento dos pneus
A fabricante alerta que números subestimados podem resultar em pneus incapazes de suportar as cargas reais em pista, enquanto projeções superconservadoras levariam a compostos mais pesados e lentos, comprometendo a performance geral.
Mercedes vê situação comum em épocas de mudanças
Andrew Shovlin, chefe de engenharia de pista da Mercedes, reconheceu que grandes diferenças nos dados costumam ocorrer sempre que o regulamento passa por mudanças significativas. “Algumas equipes evoluem mais rápido e preferem omitir parte do potencial”, afirmou. Ele ponderou, contudo, que nem toda variação é proposital: parte das escuderias indica onde espera chegar ao fim do desenvolvimento, enquanto outras reportam apenas o estágio atual.
Apesar da tensão, Shovlin acredita que as disparidades tendem a diminuir quando os carros de 2026 forem à pista pela primeira vez. Para o engenheiro, a forma como o regulamento foi redigido deve limitar grandes diferenças de performance entre os projetos.
Com informações de Autoracing
